Resumo |
Esta pesquisa tem como objetivo estudar os topônimos da microrregião central curvelana nos municípios de Augusto de Lima, Cordisburgo, Curvelo, Felixlândia, Inimutaba e Morro da Garça, próximos de Corinto, que é considerado o centro do estado de Minas Gerais. Esta região mineira é conhecida por seu grande desenvolvimento, decorrente da presença de inúmeras fazendas, no século XVIII e XIX, para as quais afluíram fazendeiros vindos de Portugal, São Paulo, Bahia, entre outros. A fundamentação teórico-metodológica procede de Dick (1980, 1990ª, 1999) e trabalhos correlatos, com adaptações. Os topônimos analisados foram coletados da fala de informantes de vinte e oito entrevistas orais realizadas na região, tanto em áreas urbanas, quanto rurais. Por serem dados de língua falada foram feitas considerações sobre o mecanismo de nomeação e designação predicativa. A análise dos cento e trinta e seis topônimos mostrou que a natureza com seus elementos típicos locais estão intrinsecamente relacionados à maioria dos topônimos, que são de natureza física. A natureza antropocultural também se reflete na toponímia, mas não majoritariamente. Uma divisão entre Taxionomia simples e composta foi proposta e foram identificadas as bases lexicais mais produtivas para formação de topônimos na mesorregião central mineira. Os resultados mostraram que os fitotopônimos apresentam a Taxionomia majoritária, na categoria simples, sendo os hidrotopônimos de maior quantia dentre os compostos, tendo a natureza física como elemento motivador principal para ambas , na região estudada. O aspecto antropocultural mostrou-se importante através de antropotopônimos, sociotopônimos e hagiotopônimos. Os topônimos atuais foram o ponto de partida para a busca de uma motivação passada e revelaram vestígios dos aspectos socioculturais, através de seu histórico. A maioria dos topônimos tem sua origem na língua portuguesa; uma minoria aponta para uma origem indígena ou africana.
Palavras chave: toponímia, microrregião central curvelana, Minas, fitotopônimos e hidrotopônimos. |